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17.Nov - Pregar o evangelho a todos
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Pregar o evangelho a todos

“IDE POR TODO O MUNDO E PREGAI O EVANGELHO A TODA CRIATURA” 


Esta citação bíblica, tema da Jornada Mundial da Juventude que será realizada em 2013 no Rio e síntese do Documento de Aparecida, fruto da reunião de nossos bispos com o Papa no ano de 2007 no Brasil, foi escolhida por Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do IBMC – Instituto Brasileiro de Marketing Católico, como o tema do 17º Encontro de Marketing Católico que realizaremos na cidade de Foz do Iguaçu.


Nesta determinação deixada a todos nós cristãos por Jesus, podemos destacar quatro atividades de marketing que, se aplicadas pela Igreja, podem ajudá-la a alcançar o objetivo final proposto no texto: levar todas as criaturas até Deus. Porém, para uma compreensão mais objetiva desta minha reflexão, precisamos rever alguns conceitos básicos de Marketing, que aplicamos à Igreja Católica, evitando assim possíveis dúvidas ou questionamentos:


1 – Marketing é atividade humana que visa atender as necessidades das pessoas, sejam estas necessidades físicas ou espirituais.


2 – O Marketing se fundamenta na teoria dos quatro pês: iniciais de Produto (que é tudo aquilo que satisfaz uma necessidade); Preço (o que a pessoa se dispõe a “pagar” para ver atendidas as suas necessidades); Praça (os espaços físicos onde os produtos devem estar para que sejam acessíveis às pessoas que os buscam no intuito de atender as suas necessidades) e Promoção (o conjunto de ações e estratégias que dão visibilidade ao produto e informam as pessoas sobre sua existência).


3 – Público alvo: o conjunto de pessoas que constituem o foco das atividades do marketing para que saibam, em detalhes, da existência do produto; o conheçam e sirvam-se dele para atender suas necessidades: específicas e comuns ao grupo.


Diante do exposto, podemos agora identificar as ações de marketing implícitas nesta ordem de Jesus à Sua Igreja e, por isso, extensiva a todos nós cristãos, analisando-a frase por frase. 


A-) “TODO O MUNDO” - É a Praça onde o Evangelho deve ser pregado. Como vemos, Jesus determina uma ação global e não específica a um determinado povo ou nação. Sua meta é que o Evangelho seja pregado ao mundo todo, sem exceção de povos; por isso Ele disse, anteriormente, aos Seus discípulos e, pela leitura dos Evangelhos continua a dizer a nós hoje, cristãos: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco [referindo-se naquele tempo ao povo judeu, que se julgava o único povo eleito por Deus para ser salvo]. Preciso conduzi-las também e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.” Jo 10, 16. 


Jesus já dera mostras de que Sua vinda e Sua mensagem eram para todos os povos (e não apenas para o povo judeu), desde o início da Sua manifestação pública como o Filho de Deus. Já em Suas primeiras pregações e milagres junto ao povo, descritos no Evangelho de Marcos, detectamos isso: “Jesus, em Cafarnaum, entrou na sinagoga no sábado e pôs-se a ensinar. Maravilhavam-se da sua doutrina porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. À tarde, depois do pôr do sol, levaram-lhe todos os enfermos e possessos do demônio. Toda a cidade estava reunida diante da porta. Ele curou muitos que estavam oprimidos de diversas doenças, e expulsou muitos demônios. De manhã tendo-se levantado muito antes do amanhecer, Ele saiu e foi para um lugar deserto e ali se pôs em oração. Encontraram-No e disseram-Lhe: Todos te procuram. E Jesus respondeu-lhes: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu pregue também lá, pois para isso é que eu vim!” Mc 1, 21-22.32-34.35.37-28.


A universalidade da vinda de Jesus e da Salvação trazida por Ele para todos os povos está explícita nesta última frase de Sua fala acima: pois para isso é que eu vim! Frase que se aliada ao que Ele diria posteriormente aos Seus discípulos e continua dizendo a nós hoje, cristãos: “Eu vim para que todos tenham vida e para que a tenham em abundância!” Jo, 10, 10, é plenamente coerente com Sua determinação final a todos nós antes de ascender ao céu: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.” Mc 16, 15. Portanto, esta determinação de Jesus, exigiu (e continua exigindo) da Igreja uma ação de Marketing Global, iniciada por São Paulo e continuada pelos missionários de ontem e de hoje.


“PREGAI O EVANGELHO”


Na frase acima, nesta determinação final de Jesus, temos implícitos ainda dois elementos básicos do Marketing: o Produto e a Promoção do Produto, que são dois dos pês da teoria dos quatro pês, anteriormente descrita. O Produto é o Evangelho, o meio que, se assimilado por todas as criaturas, poderá levá-las à Salvação, objetivo e “Produto” final que os cristãos apresentam a todo o mundo. 


Em minha tese de mestrado: O Marketing aplicado à Igreja Católica defendida em 1994 na USP – Universidade de São Paulo, eu classifico a Salvação como o melhor de todos os “produtos” que possam ser apresentados ao mundo, por suas características específicas e únicas, impossíveis de ser inerentes a qualquer outro produto desenvolvido pelo homem. 


Por exemplo: nenhum produto no mundo é tão versátil ou flexível que possa ser oferecido a todas as pessoas, de todas as idades, raças ou crenças e que, apesar de ser revelado à humanidade há milênios é sempre atual e imprescindível a todas as criaturas! 


Ora, esta é uma característica única, não existindo nada similar na história da humanidade! E, além disso, o preço deste produto é imbatível, pois é grátis! A Salvação humana é gratuita e ninguém necessita despender nenhum centavo para alcançá-la porque alguém, Jesus, já pagou um alto preço por ela, para que todos nós, filhos e filhas de Deus, alcançássemos a Salvação, como nos fala São Paulo na 1ª Carta aos cristãos que viviam em Corintos: “Porque fostes comprados por um grande preço.” I Cor 6,20.


Outra ação determinada por Jesus a nós: “PREGAI”, nada mais é do que a atividade de Marketing que identificamos como a PROMOÇÃO DO PRODUTO e envolve quatro atividades básicas: a Propaganda, a Publicidade, a Venda pessoal e a Promoção em si, cada uma delas com suas características específicas que sinteticamente definirei em seguida.


Propaganda: Toda ação planejada e racional, desenvolvida através dos veículos de comunicação, para divulgação das vantagens, das qualidades e da superioridade de um produto, de um serviço, de uma marca, de uma ideia, de uma doutrina, de uma instituição, etc. Propaganda, basicamente, é a ação que costumamos ver nos espaços comerciais dos veículos de comunicação.


Publicidade: O conjunto das técnicas e atividades de informação e de persuasão, destinadas a influenciar as opiniões, os sentimentos e as atitudes do público num determinado sentido. Já a publicidade são as notícias que a mídia veicula em seus noticiários, matérias e programas, que, de uma maneira ou de outra, interferem na opinião pública.


Venda Pessoal: Todo esforço em uma apresentação oral, para uma ou mais pessoas, sem a utilização dos meios de comunicação de massa, na tentativa de persuadi-las a “comprar” um produto, uma ideia, etc. A venda pessoal é feita no corpo a corpo. A evangelização, ao longo dos milênios, foi feita por meio desta ação, individualmente ou em pequenos grupos. 


Promoção: O conjunto de atividades que suplementam as vendas pessoais, a propaganda e a publicidade, podendo coordená-las e levá-las a se tornarem mais eficazes, valendo-se do uso de mostruários, amostras, participação em feiras, exposições, espetáculos, shows e outros eventos, distribuição de prêmios ou brindes, criação de concursos, sorteios e muitos outros esforços não rotineiros. São formas criativas de darmos visibilidade às nossas atividades evangelizadoras fora do âmbito eclesial.


O Marketing utiliza com eficácia estas quatro atividades promocionais, combinando-as para que os produtos e serviços existentes no mercado sejam conhecidos, adquiridos ou utilizados pelo público alvo (conjunto de pessoas a que estes produtos/serviços se destinam para atender suas necessidades). 


Portanto, quando Jesus nos determina: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho, Ele nos sugere implicitamente uma ação promocional que exige a utilização destas quatro ferramentas do Marketing que, por sua vez, exigem: pesquisas, análises, estratégias e planejamento para que o Evangelho seja ouvido e assimilado por toda criatura sobre a face da terra. Como concluí em minha tese de mestrado, este é o nosso ponto fraco, onde, nos dias de hoje, falhamos e deixamos de anunciar com eficácia a Boa Nova de Jesus.


Por isso, no ano de 1994, criamos o IBMC – Instituto Brasileiro de Marketing Católico que, promovendo os Encontros de Marketing Católico, entre outras técnicas, ensina aos participantes destes eventos, como desenvolver estratégias de marketing para melhor comunicar o Evangelho de Jesus Cristo a toda criatura, demonstrando a necessidade de segmentar o público alvo (“todo o mundo”) por faixas etárias, condições socioeconômicas e culturais, hábitos e costumes, de forma que todos, sem exceção, tenham acesso à Boa Nova de Jesus de uma maneira compreensível e atraente.


Nos tempos atuais, onde as formas de comunicação entre as pessoas se multiplicam e são plenamente acessíveis alcançando toda a humanidade, urge que os cristãos, utilizando eficazmente e insistentemente estes meios, obedeçam esta determinação final de Jesus: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.” Mc 16, 15, dando assim continuidade ao Seu Plano Global de Salvação de toda a humanidade, expresso quando nos disse: 


“Todo aquele que o Pai me dá virá a mim e o que vem a mim Eu não lançarei fora, porque desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Ora esta é a vontade daquele que me enviou, que eu não deixe perecer nenhum daqueles que Ele me deu: mas que o ressuscite no último dia. Esta é a vontade de meu Pai; que todo aquele que vê o Filho e n Ele crê tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.” Jo 6, 37 – 40.


Vamos, portanto, dar maior visibilidade a Jesus e comunicar com eficácia o Seu Evangelho valendo-nos das técnicas e ferramentas do Marketing que é o responsável pela difusão de tantos utensílios, hábitos, ideias, modismos e serviços por toda a face da terra. Porque não inserirmos Jesus e o Seu Evangelho neste meio, utilizando o Marketing aplicado à Igreja Católica?


Fonte: Antonio Miguel Kater Filho

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