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17.Nov - Um Deus que ama e nos comunica o seu amor
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Um Deus que ama e nos comunica o seu amor

Desde o início da Criação, Deus tem nos amado e nos comunicado o Seu Amor das mais diversas maneiras. Sua primeira e maior manifestação de amor pela humanidade foi nos criar à Sua Imagem e Semelhança, particularmente nos dando este mesmo dom: o de nos amarmos e, complementarmente, o dom da razão que nos permite: pensar, escolher, decidir, evoluir e, particularmente, comunicarmos uns aos outros as nossas decisões, opções, ideias, descobertas, evoluções e, naturalmente, o nosso amor.


A maneira como Deus vem se comunicando com a criatura humana, acompanha a capacidade do homem e da mulher compreenderem o que existe à sua volta, à medida que vamos evoluindo: desde a idade de pedra até os dias de hoje. No princípio Deus “nos falava” por meio dos fenômenos atmosféricos como o trovão, os raios, a chuva e o vento que, para a criatura humana, ainda eram manifestações da natureza, incompreensíveis à luz da razão. A Abrão, Ele fala diretamente ao coração, de uma maneira tão clara e tão explicita que este, apesar de idoso, larga tudo o que conquistou no decorrer de sua vida e volta ao deserto como um arameu errante, iniciando assim a grande e interminável caminhada da humanidade pelos desertos da vida (com os seus eventuais oásis) rumo à Canaã: a Terra Prometida ou, para nós hoje: o céu. Num determinado momento da história, Deus fala a Moisés por meio de um fogo inextinguível proveniente de uma sarça ardente, e valendo-se de Moisés Ele fala aos que não O conhecem (e por isso não acreditam em Seu Amor nem em Seu poder divino) por meio de sinais extraordinários, mostrando-Se como um Deus único e inconfundível, dentre os muitos “deuses” criados pelos homens.


Sempre ao lado do povo que o reconheceu como o único Deus em todo o universo: o povo hebreu, Ele vai se servindo de homens e mulheres comuns (como cada um de nós) para apontar a todos o Caminho e também corrigir lhes os rumos quando d Ele se desviam. Por meios de anjos e profetas (mensageiros celestes e terrenos, respectivamente) Deus vai comunicando-Se até que Ele mesmo decide vir ao mundo para falar diretamente à humanidade, face a face, por meio de Seu filho Jesus: Sua mais explícita comunicação para conosco. Após a volta de Jesus ao céu, Deus nos dá o Seu Espírito Santo, que é o próprio Deus em Espírito, que continua comunicando o Seu amor a todos, agora por meio da criatura humana. O Cristianismo, graças à ação do Espírito Santo, se propaga por toda a face da terra por meio da comunicação humana, através da fala, da pregação e do testemunho de vida dos cristãos. Assim surgiram os santos e santas devidamente reconhecidos pela Igreja como mensageiros de Deus, modelos de criaturas que deveriam ser ouvidos e imitados por todos os cristãos.


A EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO A SERVIÇO DO EVANGELHO


Ao término do século XIX a humanidade deu um salto gigantesco na área da comunicação com a descoberta do rádio, da tevê e com a invenção do telefone, que posteriormente associados ampliaram infinitamente as formas de comunicação humana. Estando à frente do Setor de Comunicações da CNBB, nos últimos dez anos, pude observar uma evolução incomensurável que eleva ao infinito as possibilidades de nos comunicarmos facilmente e praticamente sem custos com quase todas as pessoas que vivem neste planeta.


Os satélites de comunicação que orbitam a Terra, a Internet que conecta o mundo todo e a evolução da telefonia móvel acoplada à informática, provocaram uma revolução na comunicação ao redor do mundo de tal forma que o Papa Bento XVI no Dia Mundial das Comunicações no ano de 2009 publicou um documento denominado: Novas Tecnologias, novas relações, abordando especificamente estas novas formas de comunicação moderna que precisam ser utilizadas para que Deus e o Seu Amor sejam comunicados a todos os homens e mulheres sobre a face da terra, indistintamente. Neste documento pontifício, em determinado momento assim o Papa Bento XVI se expressa:


“Embora seja motivo de maravilha a velocidade com que as novas tecnologias evoluíram em termos de segurança e eficiência, não deveria surpreender-nos a sua popularidade entre os usuários, visto que elas respondem ao desejo fundamental que têm as pessoas de se relacionarem umas com as outras."


Este desejo de comunicação e amizade está radicado em nossa própria natureza de criaturas humanas, não se podendo compreende-la adequadamente só como resposta às inovações tecnológicas. À luz da mensagem bíblica, aquele deve antes ser lido como reflexo da nossa participação no amor comunicativo e unificante de Deus, que quer fazer da humanidade inteira uma única família. Quando sentimos a necessidade de nos aproximar das outras pessoas, quando queremos conhecê-las melhor e dar-nos a conhecer, estamos a responder à vocação de Deus: uma vocação que está gravada na nossa natureza de seres criados à imagem e semelhança de Deus, o Deus da comunicação e da comunhão. Nosso Papa, inspirado pelo Espirito Santo, vê nesta revolução da comunicação moderna, muito mais do que uma evolução científica, fruto da razão humana, mas um complemento da própria natureza amorosa da criatura humana, criada à imagem e semelhança de Deus, que tem como dom natural a vocação para comunicar-se e, particularmente comunicar o Amor de Deus aos homens e às mulheres. Diante disso, é imprescindível que todos nós que somos cristãos, e particularmente nós evangelizadores, nos inteiremos destas novas tecnologias e delas façamos uso para que Deus seja apresentado sem distorções a cada criatura humana. Temos visto, nos últimos meses, um fenômeno inédito: a queda de regimes totalitários que, por séculos, privilegiou alguns poucos em detrimentos da maioria da população que vivia em condições injustas e situações sub-humanas, em nações extremamente ricas por causa de seus recursos naturais, particularmente o petróleo. Valendo-se do poder, da velocidade e da interatividade da comunicação destas novas tecnologias, estas oligarquias experimentaram uma derrota inexplicável à luz da razão.


Nossa proposta neste XVI Encontro de Marketing Católico, sob o tema: “Nós cremos e por isso falamos!” (I Cor 4, 13) é praticamente o mesmo: derrubar a opressão maligna que toma conta do mundo e, de uma maneira particular, atinge e extingue as famílias, células formadoras da sociedade, e os jovens, que formarão as futuras famílias humanas. Podemos fazer isso valendo-nos destas novas tecnologias a serviço da comunicação.


Foi aos jovens, que têm uma maior intimidade com estas novas tecnologias, que o Papa, de uma maneira particular encerrou o seu documento dizendo-lhes:


“Quero concluir esta mensagem dirigindo-me especialmente aos jovens católicos, para exortá-los a levarem para o mundo digital o testemunho da sua fé. Caríssimos, senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida. Nos primeiros tempos da Igreja, os Apóstolos e os seus discípulos levaram a Boa Nova de Jesus ao mundo greco-romano: como então a evangelização, para ser frutuosa, requereu uma atenta compreensão da cultura e dos costumes daqueles povos pagãos com o intuito de tocar as suas mentes e corações, assim agora o anúncio de Cristo no mundo das novas tecnologias supõe um conhecimento profundo das mesmas para se chegar a uma sua conveniente utilização. A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste “continente digital”. Sabei assumir com entusiasmo o anúncio do Evangelho aos jovens, vossos contemporâneos! Conheceis os seus medos e as suas esperanças, os seus entusiasmos e as suas desilusões: o dom mais precioso que lhes podeis oferecer é partilhar com eles a “boa nova” de um Deus que Se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade. O coração humano anseia por um mundo onde reine o amor, onde os dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão. A estas expectativas pode dar resposta a fé: sede os seus arautos! Sabei que o Papa vos acompanha com a sua oração e a sua bênção.”


Fonte: Dom Orani Tempesta

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